Curupira
Na Enciclopédia Delta Larousse, curu é traduzido como sarna, e pír
como pele; contudo uma tradução mais adequada apresenta curu como sendo
a abreviatura de curumi, e pira significando corpo, assim temos que
Curupira pode ser entendido como "aquele que tem corpo de menino", por
motivos óbvios, como veremos.
Na teogonia indígena o Curupira apresenta-se como um moleque
de aproximadamente sete anos, com o corpo coberto de longos pêlos e
tendo os pés virados para trás. As primeiras informações foram
registradas pelos portugueses, nos primeiros séculos do descobrimento, e
desde aquela época é vlsto como um ente maléfico, um demônio ou um mau
espírito; evidentemente que foi pintado com as tintas da paleta dos
missionários, as mesmas que coloriram o Jurupari.
As
informações também são as mais diversas: Ora é um duende benfazejo, ora
um demônio mau; ora um gnomo ou um ogro. O ponto em que todos são
unânimes é quanto sua condição de deus autóctone das selvas, um
protetor.
Como protetor das florestas, castiga impiedosamente
aquele que caça por prazer, que mata as fêmeas prenhes e os filhotes
indefesos, mas ampara o caçador que tem na caça seu único recurso
alimentar, ou que abate um animal por verdadeira necessidade.
As
descrições físicas são díspares e confusas: numa o Curupira aparece de
"acanga piroka" - cabeça careca -, noutra é coxo e unípede. A figura
mais comum é a de um ser antropomórfico, de pequena estatura - criança
ou anão - muito peludo e com os calcanhares voltados para a frente.
Como
percebemos, o Curupira incorporou outros atributos e ampliou seus
poderes e sua área de ação, mas permanece o caráter benfazejo e
protetor. Apesar disso a versão tradicional informa que um encontro com
esse duende é sempre desagradável e marcante. Um dos artifícios que os
caboclos utilizam quando percebem que são vítimas do Curupíra, é fazer
pequenas cruzes de madeira, fortemente amarradas com cipó timbuí, e
esconder a ponta do nó. Dizem que o Curupira fica tentando desfazer o nó
e se esquece do caçador, que pode então escapulir, safar-se.
Texto e Contexto
Já em 1560 o padre Anchieta registrava em suas cartas a existência do Curupira.
"É
coisa sabida e pela boca de todos corre que ha certos demônios a que os
Brasis chamam Curupíra, que acometem aos índios (...) e matam-nos. São
testemunhas disso os nossos irmãos, que viram algumas vezes os mortos
por eles.
Curupira
Curupira
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sábado, 20 de julho de 2013
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